Em 2018, o mercado de Telecom cresceu 12% em Portugal. Em 2018, o mercado da informática, Portugal está alinhado com a tendência mundial e cresceu 4%. A Eletrónica de Consumo em Portugal contrariou a tendência negativa de 6% registada na Europa Ocidental, ao crescer 3% face a 2017. Em 2018, o mercado dos pequenos eletrodomésticos cresceu 8% enquanto os grandes eletrodomésticos conheceram uma variação positiva de 3% em valor.
Estas foram as principais conclusões apresentadas, esta manhã, na 23.ª Conferência da GfK, que destacou a evolução dos bens tecnológicos, dos grandes e pequenos eletrodomésticos, do mercado da informática e da eletrónica de consumo em Portugal. Ou seja, os mercados analisados pela consultora não se podem queixar.
O mundo da eletrónica, seja ela de pequenos ou grandes eletrodomésticos terá, no futuro, uma máxima: “menos, mas melhor”. Isto quer dizer que o consumidor não se importará de pagar mais pelo artigo, mas quer, ou melhor, exige, mais qualidade.
Outra das máximas que saiu da conferência da GfK foi a de que, o consumidor quer produtos que lhe facilitem a vida, reinando o “I want it now”.
Os crescentes phablets
No mercado das Telecom, o crescimento é alavancado, essencialmente, por produtos smart, premium e de elevada performance. Apesar da ligeira queda no número de telemóveis vendidos, verificou-se um aumento na venda de phablets e smartphones topo de gama, o que elevou o preço médio em mais de 11%. Neste tipo de produtos, as características mais procuradas são os ecrãs de grandes dimensões e as câmaras fotográficas de alta qualidade.
No mercado da informática, computadores com processadores de alta performance, mas também computadores portáteis com design ultra fino, são os que se apresentam com um preço médio mais alto, mas ainda assim com as melhores taxas de crescimento no mercado. Também o fenómeno Gaming continua a estar presente no mundo da informática, embora os preços médios tenham registado uma ligeira queda face a 2017. Apesar de ser ainda um nicho do mercado, é a área que tem o preço médio de venda mais alto e com alto potencial de crescimento.
Na categoria da Eletrónica de Consumo, os produtos ligados à Imagem reinam neste mercado e o facto de ser ter realizado o campeonato Mundial de Futebol na Rússia, contribuiu para o aumento das vendas de TVs (8% em valor e 9% em unidades).
Os dados analisados pela GfK mostram que o consumidor sente que merece “mimar-se” e que está disposto a gastar mais, para ter porventura menos, mas melhor. O Ultra HD está a funcionar como um dos grandes drivers do mercado de TV e cresceu 37% em valor face ao ano 2017, representando 61% do valor gasto em TV pelos consumidores portugueses.
Painéis de grande formato, novas tecnologias de ecrã e conectividade são algumas das características mais procuradas. E é pela conectividade que surgem os Voice Assistants, ainda que em Portugal o negócio comece agora a dar os primeiros passos devido à barreira linguística.
Os novos formatos de design e novas aplicações para os equipamentos, como ecrãs dobráveis e ultrafinos, novas tecnologias como o 5G ou o 8K, e a presença muito forte de formas de inteligência artificial e realidade virtual servirão como impulsionador de mercados.
Limpeza em modo high-tec
Já nos pequenos eletrodomésticos, foram poucos os produtos que contribuíram para a evolução do mercado, sendo que o destaque vai para os aspiradores, o produto com mais crescimento (26%), e para as máquinas de café. Esta é uma das razões que leva os responsáveis da GfK a considerar que nesta área é fundamental a vasta variedade de produtos disponível.
Aqui, as tendências são: Experiências e tarefas enriquecidas pela simplificação impulsionada por tecnologias como o Smart e os Voice Assistants, com um novo nível de conectividade; Bem-Estar – contrariar a poluição urbana, melhorar a qualidade de ar e água e ajudar a melhorar o sono é o objetivo de muitos dos produtos inovadores apresentados recentemente; Premium – produtos aspiracionais, que expressam a identidade, a indulgência com o “Eu”. Aqui, a experiência é enriquecida pela ergonomia e conectividade que resultam numa oferta premium; e Shopping sem fronteiras – compras 24 horas por dia / 7 dias por semana, em todo o lado. Proporcionar uma experiência enriquecida através do shopping sem fronteiras é uma oportunidade no mercado atual.
Black Friday ganha peso
O Black Friday tem assumido um papel cada vez mais relevante nos hábitos de consumo dos portugueses e o mercado dos Bens Tecnológicos de Consumo (BTC’s) não foge à regra, assistindo-se a uma alteração promocional forte.
Nos últimos anos, o sucesso da Black Friday tem sido tal, que a sazonalidade das vendas nos BTC’s se alterou, sendo que em muitos países, esta semana é já mais importante que a semana do Natal.
Em Portugal, as vendas dos meses de novembro e dezembro têm-se aproximado, apesar de o mês de dezembro continuar a ser o mais importante (12%) no total das vendas em faturação.
O certo é que as vendas do último trimestre do ano, em 2012, representavam menos de 30%, aumentando esta quota para 32,3%, em 2018, com os dados a demonstram que a tendência é de subida.
Relativamente à análise sobre as vendas online, a GfK indica que, em 2018, as vendas dos BTC’s ultrapassaram, pela primeira vez, um quarto do total do mercado (26,4%) em faturação, nos países da Europa Ocidental. Este é o principal fator de crescimento para os BTC’s terem registado um crescimento de 8,5% em 2018, contra a variação negativa do offline em -1,2%. Portugal continua a ter o registo mais baixo das vendas online na Europa Ocidental. No entanto, a evolução dos últimos anos tem sido expressiva, especialmente durante o ano de 2018, no qual o peso das vendas online subiu de 5,2% para 7,1% (a evolução mais significativa de sempre).
Finalmente, o quadro futuro é risonho, segundo as expetativas da GfK, indicando que as vendas globais, em 2018, foram 2,508 mil milhões de euros, estimando-se que, em 2019, possam atingir os 2,626 mil milhões de euros.
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